Lidar com uma perda significativa não é um processo fácil. E quando se trata de animais de estimação, o momento é doloroso da mesma forma.
O tutor enlutado passará por manifestações emocionais, físicas, comportamentais, cognitivas e até espirituais para, assim, reorganizar a readaptar-se ao mundo sem o ser querido.
De acordo com Luciana Mazorra, diretora do 4 Estações Instituto de Psicologia, tristeza, raiva, culpa, angústia, desespero, saudade e alívio são alguns dos sentimentos vividos por um enlutado.
Isolar-se socialmente e evitar lembranças do animal são alguns comportamentos comuns, bem como alteração de apetite e sono, dificuldade de concentração e adoecimento frequente.
O luto não é um processo a ser superado, e sim elaborado. A psicóloga explica que o primeiro termo remete à ideia de que a morte do pet é um obstáculo a ser atravessado.
Porém, na verdade, é um momento a ser vivido para que a pessoa consiga se sentir melhor posteriormente.
É importante, sobretudo, não suprimir ou negar os sentimentos negativos. “Dedicar-se às atividades não relacionadas à vivência da perda também é fundamental no processo de enfrentamento”, salienta.
Além disso, o período para elaborar a perda deve ser vivido antes de buscar um novo animal de estimação. O tutor que adquire outro pet logo após a morte de um deve ter ciência de que o mascote que partiu será insubstituível nas lembranças.
Em alguns casos – como doença ou velhice – é iminente o momento da partida do companheiro, situação que origina o luto antecipatório.
Essa etapa também é muito importante de ser experimentada, pois o animal se despede aos poucos e facilita o enfrentamento da consequente morte.
Como os animais estão cada vez mais perdendo o caráter de mascote e ganhando espaço como membro da família é comum que eles e as crianças da casa desenvolvam uma relação praticamente fraternal.
Luciana enfatiza que é necessário explicar de forma clara aos pequenos o que é a morte: “Quando o adulto diz a verdade para a criança, a mensagem que ela recebe é que por mais que a perda seja dolorosa, ela e quem cuida dela têm condições para enfrentá-la.”
Caso os adultos não esclareçam o processo, a criança pode enfrentar dificuldades para viver o luto de maneira saudável ao entender que não consegue enfrentar a perda com a morte do animal de estimação.
Algumas prefeituras prestam atendimento para remoção ou cremação quando o animal doméstico morre – a administração de cada município deve ser consultada previamente.
Entretanto, empresas como o Pet Memorial apresentam serviços para auxiliar o tutor enlutado e proporcionar um descanso digno ao pet.
Elas oferecem, por exemplo, apoio psicológico ao tutor, retorno das cinzas do animal em urna, velório presencial e até online, entre outros.
FONTE: MUNDO DOS PETS