Ter animal de estimação dentro de casa quando se tem filhos pequenos pode ser assustador. A despesa dobrada e as dificuldades que podem surgir no convívio entre um bichinho e a criança, fazem famílias pensarem duas vezes antes de acolher um gato, coelho ou cachorro. Mas segundo especialistas, o convívio entre crianças e um animalzinho pode ser saudável e trazer benefícios.
“Uma criança que cresce num ambiente que tenha animais acaba tendo uma vida mais tranquila, tendo mais sentimentos bons no coração. O fato de ter responsabilidade de dar água, dar alimentação e passear, ajuda a criança a criar responsabilidade, ter rotina. O convívio com animais de estimação acaba despertando o sentimento de amor, carinho pelo próximo”, comenta o veterinário Daniel Dias.
Segundo ele, a criança também se torna mais ativa ao brincar com os animais e cria uma imunidade maior contra doenças, principalmente a alergias. A interação pode impedir que tanto a criança quanto o bichinho desenvolvam ansiedade e depressão.
O João Alberto tem apenas oito meses e é exemplo de que a convivência com animais é possível. Ele mora com quatro cachorros sendo dois grandes e dois pequenos. Os bichinhos deixam o João até deitar em cima deles.
A empresária Bárbara Viana é mãe do João e comenta que no começo não foi fácil, os animais sentiam ciúmes do bebê. Mas após cuidados e muito carinho trocado durante o período de adaptação, é só amor desde então.
“O branco ele ficou um pouco mais evasivo assim. O preto que é filhotinho, por ser mais solto ficou mais a vontade. Agora o branco ficou mais na dele e tal. Mas nunca estranhou graças a Deus”, comentou.
A Linda tem dois aninhos e também adora brincar com seus bichinhos. Ela passa um bom tempo do dia se divertindo com as companheiras caninhas, e sua mãe Joyce Pacheco garante que haja sempre segurança e higiene na interação.
“A gente com todas as ressalvas de higiene e de cuidado, não demos limtação nenhuma com o espaço. Onde a Linda tava as cachorrinhas tavam também, sempre ficaram circulando por onde a gente ficava com a Linda. Ela acompanhou, acho que viu essa naturalidade e pegou”, comentou a mãe.
O médico veterinário Isaac Avelino fala que os pais devem garantir cuidados. “Quando for inserir a criança na presença do animal, é claro que os pais precisam estar presentes, ou na presença do adestrador, com muito carinho e respeito tanto pelo animal quanto pra criança. As vezes a gente acha que um cachorro muito grande vai morder, mas talvez ele receba melhor do que um cachorro pequenininho”.
Os responsáveis devem prestar atenção à sinais que indiquem quando o animal não está gostando de alguma coisa como por exemplo o rosnado. Alguns animais não gostam de carinho na barriga ou que peguem nas suas patinhas. A criança deve ser auxiliada a respeitar essas preferências e o espaço do bicho.
O especialista ainda explica que há profissionais que podem ajudar a desenvolver uma boa convivência entre animais de estimação e crianças. Os tutores estudam o comportamento de animais e passam a entender como eles pensam, o que auxilia na criação de um laço afetivo entre as duas partes.